sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

TUDO COMBINADO: "Amigo de Temer diz que o presidente sabia do pedido de Padilha desde 2014"

O advogado José Yunes, amigo pessoal do presidente Michel Temer há mais de 40 anos, afirmou em entrevista à coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, que o peemedebista sabia desde 2014 sobre o pedido do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para que recebesse um “pacote” em seu escritório, entregue pelo doleiro Lúcio Funaro, operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Contei tudo ao presidente em 2014. O meu amigo (Temer) sabe que é verdade isso”, afirmou o ex-assessor especial de Temer à coluna.
De acordo com Yunes, o presidente não falou com Padilha sobre o assunto e teria reagido com serenidade ao tomar conhecimento do fato. “Eu decidi contar tudo a ele [Temer] porque, em 2014, quando aconteceu o episódio, eu entrei no Google e vi quem era o Funaro, fiquei espantado com o currículo dele”, justificou o advogado.
Em delação premiada ao Ministério Público, Claudio Melo disse que enviou dinheiro vivo ao escritório de Yunes, a pedido de Padilha, e afirmou ter acertado repasse de R$ 10 milhões ao PMDB. Desse total, R$ 4 milhões ficariam sob responsabilidade de Padilha. O ex-diretor da empreiteira contou que um dos pagamentos foi feito na sede do escritório de advocacia de Yunes, no Jardim Europa, em São Paulo.
“Lamaçal”
Em entrevista aos jornalistas Ricardo Boechat e Mônica Bergamo, na BandNews, Yunes disse que está disposto a fazer acareação com Cláudio Melo e com o próprio Padilha. “Eu deixei bem claro à Procuradoria que eu quero apuração rigorosa dos fatos”. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, tirou licença do governo, nessa quinta-feira (23), alegando problemas de saúde. Ele deve fazer uma cirurgia em Porto Alegre, onde tem residência, neste fim de semana para retirar a próstata. Ele reiterou que não sabe o que havia dentro do pacote.
Yunes, que era assessor especial do presidente pediu demissão no dia 12 de dezembro de 2016, após ser citado em delação do ex-executivo da Odebrecht.  Por meio de uma carta, ele disse que seu nome foi jogado no “lamaçal de abjeta delação”, que “foi enxovalhado por irresponsáveis denúncias” e criticou a “fantasiosa alegação, pela qual teria eu recebido parcela de recursos financeiros em espécie”.


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