Os bancários do RN rejeitaram a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas decidiram seguir a maioria da categoria e retomar o trabalho nesta sexta-feira, 07, nos bancos privados, Banco do Brasil e BNB. A categoria no Rio Grande do Norte entende que o acordo acarreta perdas, pois não repõe a inflação deste ano e engessa a categoria para o próximo ano, em um momento extremamente delicado em que o Governo parte para o ataque à classe trabalhadora. Os bancários da Caixa permanecem em greve com o intuito de avançar nas negociações da pauta específica.
Para o Sindicato dos Bancários no Rio Grande do Norte, os bancários fizeram uma greve histórica este ano. Uma paralisação que durou 31 dias e fechou todas as agências bancárias da capital. “Infelizmente a Fenaban e o Governo Temer não avançaram na proposta, mesmo tendo lucrado R$ 30 bilhões nos primeiros seis meses do ano, os bancos não reconhecem o valor de seus funcionários e se negam a manter o poder de compra da categoria. Para o setor financeiro não existe crise, vale lembrar que em seis meses o setor sozinho lucrou mais do que todos os demais setores da economia juntos”.
Além de lutar por reposição das perdas salariais, os bancários também lutam por melhores condições de trabalho, fim da terceirização, mais contratações e concursos, fim do assédio e por garantias de empregos, tendo em vista que, apesar da lucratividade, o setor fechou mais de 13 mil postos de trabalho apenas no primeiro semestre.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Comando Nacional dos Bancários, na 11ª rodada de negociação, um acordo com validade de dois anos, no qual, em 2016 a categoria vai receber reajuste de 8% e abono de R$3.500; o vale-refeição e o auxílio creche-babá serão reajustados em 10% e o vale-alimentação em 15%; em 2017, haverá a correção integral da inflação acumulada, com aumento real de 1% em todos os salários e demais verbas.
Os bancários conquistaram também o abono de todos os dias parados. A extensão da licença paternidade subirá para 20 dias entrará na Convenção Coletiva de Trabalho, com validade a partir da definição do benefício fiscal pelo governo, informou o sindicato.
“Fizemos uma greve forte e vitoriosa. Em um ambiente de alta incerteza política e econômica e ataque aos direitos dos trabalhadores, a categoria garantiu ganho real em 2017 e, para este ano, manteve a valorização em itens importantes como vale-alimentação, refeição e auxilio creche”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Os trabalhadores reivindicavam no início da campanha salarial reajuste de 14,78%, sendo 5% de aumento real, considerando inflação de 9,31%; participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários acrescidos de R$ 8.317,90; piso no valor do salário-mínimo do Dieese (R$ 3.940,24), e vales alimentação, refeição, e auxílio-creche no valor do salário-mínimo nacional (R$ 880).
Na noite de ontem a Contraf divulgou uma nota informando que a maioria dos sindicatos aprovou a proposta da Fenaban e os acordos específicos do Banco do Brasil e da Caixa, encerrando a greve, entretanto, em algumas cidades as assembleias podem ter tido resultado diferente e a paralisação continua.