Neste 11 de setembro de 2025, o Brasil testemunhou um julgamento que já se inscreve entre os mais importantes da história republicana. Pela primeira vez na história, um ex-presidente da República é punido pela Corte Suprema por tentativa de golpe de Estado.
Foi condenado e vai pagar severa pena de prisão um dos mais abjetos seres nascidos em solo brasileiro, comparável a Silvério dos Reis e aos generais fascistas que chefiaram a ditadura militar durante 21 anos praticando crimes de lesa-pátria e lesa-humanidade, como torturas e assassinatos de patriotas e democratas.
Bolsonaro foi condenado por crimes tipificados no Código Penal, crimes graves contra a democracia. A decisão da Corte foi resultado de uma investigação rigorosa da Procuradoria-Geral da República (PGR), que reuniu provas robustas sobre a tentativa de subversão da ordem constitucional e a prática de atos de corrupção, terrorismo e conspiração contra as instituições.
O voto do ministro relator Alexandre de Moraes destacou a gravidade dos atos, apontando como Bolsonaro e seus asseclas atuaram para corroer as bases democráticas da República. Bolsonaro alimentou um projeto de poder autoritário, buscando implantar no Brasil um regime de feições fascistas e agindo para perpetuar-se no poder por meio do golpe pelo qual é condenado agora. Ele efetivamente montou uma engrenagem golpista, baseada no seu clã, em oficiais das Forças Armadas e militares subalternos, policiais e políticos ultradireitistas. Com estes cúmplices promoveu ataques sistemáticos às urnas eletrônicas, disseminou o ódio contra adversários, incentivou a violência armada e realizou diversas ações visando à ruptura institucional.
O ápice desta escalada foi a ocupação dos quartéis em todas as principais cidades do país, os atentados terroristas em 12 e 24 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro de 2023, quando prédios dos Três Poderes foram depredados em Brasília. A tentativa de golpe fracassou, mas deixou explícito o crime que, se consumado, lançaria o país na longa noite de uma nova ditadura fascista.
O 11 de setembro de 2025 ficará registrado como o dia em que a Justiça venceu o arbítrio, e em que a democracia provou ser mais forte que o fascismo. Bolsonaro, que tentou se erguer como tirano, termina como criminoso condenado, desprezado pelo povo e relegado à condição de figura infame na história nacional.
Para os democratas e progressistas, é um momento de celebração, mas também de alerta: a luta contra as tendências ditatoriais é permanente. Agora, o país ingressa em nova fase da luta política em defesa da democracia. Os bolsonaristas, embora desmoralizados, vão tentar por todos os meios reverter a justa decisão da Justiça. As forças democráticas e progressistas devem elevar o grau de unidade e mobilização para impedir o retrocesso e garantir que intentonas golpistas se repitam.
José Reinaldo Carvalho
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