O prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) chamou de “vagabundos”, “preguiçosos” e “pelegos” os trabalhadores que aderiram à greve geral desta sexta-feira, em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o tucano afirmou que vai cobrar multas dos sindicatos de motoristas de ônibus, que resolveram cruzar os braços, e cortar o ponto dos servidores municipais que faltarem ao serviço.
— Acordo cedo e trabalho. Não sou grevista, que dorme, é preguiçoso e acorda tarde. Eu não sou Jaiminho, não — afirmou o prefeito, fazendo referência ao personagem Jaiminho carteiro, do seriado mexicano Chaves.
Ao final da entrevista, Doria comentou a tentativa de manifestantes de bloquearem sua saída de casa:
— Volto a dizer a esses grevistas, que quiseram inclusive bloquear meu acesso, que acordem mais cedo. Vagabundos! Porque o prefeito acorda cedo. Da próxima vez acordem mais cedo se quiserem bloquear o acesso do prefeito ao seu espaço de trabalho.
A cidade de São Paulo amanheceu sem nenhum serviço de transporte funcionando nesta sexta-feiraFuncionários de trem, metrô e ônibus decidiram não trabalhar. O prefeito lembrou que a Justiça havia determinado, na quinta-feira, que 80% dos ônibus deveriam estar em circulação.
— Vamos cobrar as multas daqueles sindicatos que romperam a ordem e a determinação da Justiça. Meio milhão de reais foi a multa determinada para a paralisação do transporte de ônibus que não garantisse pelo menos 80% dos ônibus. Se não pagar, vamos cobrar judicialmente.
No decorrer da entrevista, o prefeito não poupou críticas aos sindicalistas:
— Uma parte desses que promovem greve estão aí há dez, 30 anos, fazendo política partidária. muitos enriqueceram, tem casa de luxo, carro de luxo ,às custas do trabalhador e daquele que é obrigado a pagar contribuição sindical. Num momento em que precisa de apoio para gerar emprego, não tem. Para gerar greves, aparece tranporte, lanchinho e facilidades. Uma vergonha.
Além de cobrar multa dos sindicatos, Doria pretende cortar o ponto de servidores municipais que não forem ao trabalho. Segundo ele, funcionários da Prefeitura Regional de Pinheiros não foram para casa na noite de quinta-feira e dormiram no trabalho “para que hoje pudessem estar ali trabalhando”.
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